Pesquisa norte-americana sugere que praticar alongamento é eficaz no controle da pressão arterial durante a gravidez. A pré-eclâmpsia é um problema recorrente entre grávidas, atinge cerca de 8% das mulheres e pode prejudicar mãe e bebê. Por tratar-se de uma das maiores causas de morte materna na hora do parto, esta patologia exige alerta dos médicos e cuidados das gestantes, pois suas causas diretas ainda não são conhecidas.
Hoje, a principal indicação dos obstetras às gestantes para prevenir a hipertensão arterial é a prática moderada de exercícios físicos. Mas uma pesquisa divulgada pela Universidade da Carolina do Norte sugere que o alongamento seria mais eficaz na prevenção da pré-eclâmpsia do que a própria atividade física.
O estudo, desenvolvido entre novembro de 2001 e julho de 2006, reuniu 79 grávidas sedentárias e com histórico de pré-eclâmpsia na primeira gestação e as dividiu em dois grupos. Durante dezoito semanas, 41 delas praticaram caminhadas, 40 minutos por dia, cinco vezes por semana, e 38 mulheres praticaram movimentos não-aeróbicos, apenas de alongamento, também durante 40 minutos por dia, cinco vezes por semana. Ao final da análise, 15% do grupo da caminhada desenvolveu pré-eclâmpsia e menos de 5% das grávidas que praticaram alongamento apresentou o problema.
Mas, será que as constatações deste estudo são suficientes para alterar as orientações médicas feitas até agora? A explicação de SeonAe Yeo, coordenador da pesquisa, é que o alongamento protege contra a pré-eclâmpsia por favorecer a produção de transferrina – proteína presente no plasma para auxiliar o transporte de ferro na circulação sanguínea.
O ferro protege o organismo materno do estresse oxidativo, que causa danos na parte interna das artérias pela agressão por peróxidos lipídicos. Assim, segundo a hipótese médica, quanto mais alongamento, mais ferro plasmático e menos danos arteriais. “Faz sentido, mas é preciso testar esta hipótese em grupos maiores de mulheres grávidas normais, de modo a aumentar o tamanho da amostra”, diz Wladimir Taborda, ginecologista e obstetra, doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo.
Outro ponto importante é o fato de o estudo ter sido feito apenas com grávidas sedentárias e que já tivessem apresentado o problema anteriormente. “A pré-eclâmpsia é uma condição que afeta, em sua grande maioria, mulheres na primeira gestação, o que não foi estudado”, explica Abner Lobão Neto, ginecologista e obstetra, professor chefe do Pré-Natal Personalizado da Escola Paulista de Medicina.
A pesquisa desperta o olhar dos médicos para a importância do alongamento, mas não leva à substituição da caminhada. Ainda não há dados suficientes para promover uma revolução total nas orientações dadas às gestantes, “de qualquer maneira, este é um interessante alerta à comunidade científica para que outros estudos – com mais gestantes, de preferência na primeira gravidez e feitos em tempo mais curto de inclusão – sejam desenvolvidos”, afirma Abner.
Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI5226-10564,00.html
.
muito legal sabe que um bebe pode ser sadiu so com boas praticas
ResponderExcluir