6.6.10

Humanização no Pré-Natal e Puerpério

Uma atenção humanizada durante o pré-natal e puerpério é fundamental para a saúde materna e neonatal e, para sua humanização e qualificação, é muito importante que os profissionais da área da saúde compreendam a pessoa como um todo, não só corpo e mente, mas sim como o ambiente social, econômico, cultural e físico no qual vive; que esses profissionais estabeleçam novas formas para o relacionamento dos diversos sujeitos envolvidas na produção de saúde.

Sabemos, no entanto, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza medidas onde a mulher em trabalho de parto deverá ter suporte emocional e atenção à saúde com o mínimo de intervenções. Estamos longe, porém, de seguir essas recomendações, pois nosso modelo assistencial à saúde tem negligenciado os benefícios no processo de nascimento, visto que a assistência ao parto normal, hoje, no Brasil, é trágica.

A humanização do parto começou como uma iniciativa do Ministério da Saúde para redução do número de cesáreas; e da mortalidade materna e infantil. Embora se tenha concepções e práticas diferentes, dependendo do contexto local, é um processo que vem se intensificando com o aumento do número de enfermeiras, com o incentivo à formação de enfermeiras obstétricas.

A humanização do parto promove situações que inibem o mal-estar da mulher e também reduzem riscos para ela e para o bebê, ao mesmo tempo em que possibilita conforto e segurança para o acompanhante. De acordo com esse entendimento, a Organização Mundial da Saúde elaborou o documento denominado Assistência ao Parto Normal, no qual estabelece ações direcionadas ao atendimento das necessidades básicas da mulher e de sua família.

O principio da humanização como qualidade

A questão da falta de vínculo entre a assistência pré-natal e a do parto leva as mulheres, em trabalho de parto, a uma peregrinação à procura de vagas nos hospitais. Além disso, a maioria das mortes maternas ocorre perto do parto, demandando intervenções que garantam melhor assistência nesse período.

Nesse panorama da situação obstétrica, a crença de que existe uma desumanização em um momento tão importante e, principalmente, o direito que todamulher tem de garantia ao atendimento foram consideradas como questões emblemáticas a serem enfrentadas.Mas os profissionais têm percebido a melhora da assistência tanto para a puerpéra quanto para o recém-nascido, quando há possibilidade de ter tudo natural e depermanecerem juntos logo após o parto, nascimento valorizando todos os valores dessa parturiente (CLAPIS. M.J. Dez 2005).

Além dessas questões, mais objetivas e quantificáveis, mostrando um quadro crítico da atenção ao pré-natal no país até é provável que esta impressão de má qualidade esteja também relacionada à falta de práticas humanizadas, embora praticamente inexistam estudos avaliando globalmente a qualidade técnica do pré-natal no território nacional.

Um exemplo poderia ser chamado "alta" do pré-natal. A falta de atendimento ambulatorial no final da gestação, no momento de maior probabilidade de intercorrências obstétricas, é fator importante na determinação dos resultados maternos e perinatais.

Era comum que o serviço ambulatorial de pré-natal "desse alta" à mulher e apenas a orientasse a procurar o hospital no momento do parto ou se aparecesse alguma complicação, deixando sob sua responsabilidade conseguir a internação.

A falta de acolhimento nas unidades e a "alta do pré-natal" podem ser interpretadas como emblemáticas da desumanização dos serviços e, em conjunto com os demais indicadores que apontavam para um pré-natal ainda insuficiente e com sérias restrições de qualidade, mostravam, de maneira inequívoca, a necessidade de mudança, este o fato de que, apesar dos dados disponíveis apontarem um aumento considerável nos últimos anos no número de consultas de pré-natal por mulher, esse incremento não resultou em impacto considerável nos óbitos maternos declarados, mesmo nas regiões Sudeste e Centro-Oeste que têm média maior que quatro consultas há quatro anos.

Frente a todas essas modificações na qualidade de atendimento mais humanizadas as gestantes e suas famílias, emergiram as seguintes questões os profissionais de saúde tem realmente prestado assistência desde o acolhimento até pré-natal através do Programa Saúde da Família, as gestantes e suas famílias? O enfermeiro junto com sua equipe tem propiciado um vinculo de confiança entre a gestante e sua família durante as consultas? As práticas humanizadas do pré-natal e puerpério têm ênfase durantes às consultas pelo o enfermeiro e sua equipe?


A gravidez, bem como o parto, são eventos fisiológicos. No entanto promovem alterações físicas e emocionais nas mulheres, requerendo cuidados por parte da família e dos profissionais de saúde, justificando a atenção para além de um útero gravídico

Nessa direção, é importante ressaltar que o PHPN (Programa de Humanização de Pré-natal) necessita de ampla articulação interna, nos três níveis, notadamente com o Programa de Saúde da Família, uma vez que a presença de uma equipe desse programa já garantiria a realização do pré-natal. Essa articulação permitiria fortalecer ambas as iniciativas e eliminar etapas burocráticas, além de outros passos realizados em cada município para a implantação de cada um dos programas.

Por fim, é preciso dizer que esta estratégia do Ministério da Saúde, ao enfrentar a problemática da mortalidade materna e perinatal, a partir do pressuposto de direitos humanos e princípios de humanização, deverá, pela sua magnitude e importância, inspirar outros países em desenvolvimento a iniciativas semelhantes que possam garantir, em diferentes locais, mais segurança e bem-estar para mulheres e recém-nascidos.

Para tanto, é necessário também envolver os profissionais de saúde nesse processo de aprendizagem a ponto de estimulá-los ao retorno ao parto mais natural possível, agora com maior segurança, considerando o apoio de toda a tecnologia que se dispõe e que também é de dever oferecer a toda a mulher em trabalho de parto, ao recém-nascido e toda sua família quando necessário, uma assistência mais humanizada.


Fonte: http://www.webartigos.com/articles/10840/1/A-Importancia-da-Humanizacao-Durante-O-Pre-Natal-e-Puerperio/pagina1.html
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