18.11.11

Atraso no corte do cordão umbilical previne problemas na infância

Um estudo sueco, publicado pelo "British Medical Journal", revelou que, atrasar o corte do cordão umbilical no parto, reduz o risco de carência de ferro na infância.

São cada vez mais as mães que, no parto, pedem para atrasar o corte do cordão de forma a permitir que uma maior quantidade de sangue da placenta seja transferida para o bebé. Vários estudos, conduzidos anteriormente, garantiram que o procedimento é seguro e os investigadores salientam que passará a ser integrado na rotina dos partos.

A falta de ferro no organismo, prevenida com o atraso do corte do cordão umbilical, pode originar algumas deficiências motoras e um fraco desenvolvimento cognitivo, segundo conclusões dos especialistas suecos.
Em 2006, nutricionistas da Universidade de Davis, na Califórnia, tinham chegado à mesma conclusão, após um estudo que atrasava o corte do cordão em dois minutos.
Na altura, a investigadora responsável, Kathryn Dewey, salientou que, apesar de ser uma das grandes preocupações nos países menos desenvolvidos, a carência de ferro era, também, preocupante nos países industrializados, como os Estados Unidos, em especial para bebés com menos peso ou nascidos de mães com a mesma carência.
O estudo sueco foi aplicado em 400 bebés cujos cordões foram cortados com diferenças temporais entre os dez segundos e os três minutos após o nascimento. Quatro meses depois, os investigadores mediram os níveis de ferro e concluíram que os bebés cujo corte do cordão foi atrasado, registavam níveis de ferro mais elevados.
Em termos proporcionais, isto significa que em cada 20 bebés com atraso de três ou mais minutos no corte do cordão, regista-se apenas um caso de carência de ferro. Além disso, não se verificou nenhum aumento de outras possíveis complicações que os especialistas julgavam estar relacionadas com o procedimento, como a icterícia.

Ola Andersson, do serviço de Neonatologia do Hospital de Halland, na Suécia, referiu, citado pelo jornal "The Telegraph", que "a carência de ferro, mesmo sem anemia, tem sido associada com alguns problemas de desenvolvimento nas crianças".
Patrick van Rheenen, consultor de Pediatria na Universidade de Groningen, na Holanda, explica que existem provas suficientes para aplicar este procedimento na rotina dos partos sem complicações.
O especialista referiu que "o equilíbrio entre os riscos maternos e os benefícios infantis do atraso do corte do cordão, claramente beneficiam a criança" e questionou: "Quantas mais provas são necessárias para convencer obstetras e parteiros que é bom esperar três minutos pela transferência de sangue da placenta?". Catarina Navio



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