4.7.13

A construção do vínculo entre a mãe e o bebê

Durante o período gestacional já se inicia a formação do vínculo entre a mãe e seu bebê. Este é um processo bastante delicado e de extrema importância para o desenvolvimento fetal saudável, pois o bebê precisa se sentir desejado e amado.
Devido a íntima ligação entre eles, através da placenta e do cordão umbilical o feto sente o que a sua mãe sente.
A formação do vínculo não ocorre de forma automática e nem imediata, ao contrário, é uma construção. Para isso é necessário tempo, paciência e amor por parte da mãe.
Nem todas as mulheres conseguem desenvolver o vínculo de forma efetiva durante a gravidez ou no pós-parto, isso depende de diversos fatores externos que podem afetar na aceitação ou não da sua condição materna. Mas a qualidade do vínculo que será construído influenciará no ajustamento do bebê quando se tornar um adulto.

QUANDO O BEBÊ NASCE, NASCE TAMBÉM UMA MÃE

Após o nascimento surge então o desafio de aceitar a nova realidade ao perceber que há diferenças entre a maternidade idealizada anteriormente e a maternidade real.
Há um confronto para a nova mãe quanto ao bebê que foi sonhado e o bebê real que possui diversas necessidades: chora, tem fome, sono, cólicas, necessita de colo, de afeto, entre tantas outras coisas.
A relação entre bebê e sua mãe é de total dependência, ele precisa dela para tudo, esse contato intenso será a base para o desenvolvimento psíquico da criança. É importante que a mãe saiba que o bebê a percebe como se fosse parte dele, como sua continuidade.
Uma relação chamada de simbiose, pois emocionalmente a criança está unida à mãe em uma matriz única. O pediatra e psicanalista Donald W. Winnicott (1896–1971) afirmava que “o bebê não existe sozinho – ele é parte de uma relação, que, além de abrangê-lo, engloba sua cuidadora.”

A AMAMENTAÇÃO E O FORTALECIMENTO DO VÍNCULO MÃE-FILHO

O aleitamento materno é muito mais do que apenas uma forma de alimentação, pois além dos comprovados benefícios quanto a qualidade do leite materno, há também o contato pele-a-pele. O ato de amamentar intensifica a conexão entre o bebê e sua mãe.
A ausência da mãe na rotina diária pode trazer sérios prejuízos à formação da personalidade da criança. A presença materna é essencial nos primeiros anos de vida da criança, a partir da relação desenvolvida é que bebê conquistará sua capacidade de se relacionar.
A qualidade do amor materno determinará a futura qualidade de todas as relações dele quanto indivíduo. As conseqüências da não construção desta relação devem ser motivo de atenção aos profissionais de saúde que estejam assistindo essa família.
É importante lembrar que a relação entre a mãe e a criança é um processo contínuo, uma relação que não está pronta, está sempre em construção e transformação.

por Maylu Souza
Mãe de Enzo, Graduada em Enfermagem, Pós-Graduada em Obstetrícia, Saúde Pública e Docência do Ensino Superior. Foi Doula no Hospital Manoel Novaes de Itabuna-BA. É Membro da Sociedade Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia da infância e adolescência (SOGIA). Iniciou em 2012 o curso de Formação em Psicanálise. Iniciará em breve uma nova graduação: Psicologia. Pretende atuar na área de Saúde Materno-Infantil e Saúde Mental enfocando os seguintes temas: Maternagem, Gestação, Parto, Puerpério, Aleitamento Materno, Maternidade, Parentalidade, Relação Mãe-Bebê, Educação Perinatal, Psicanálise, Psicologia Obstétrica, Infantil, Perinatal e Familiar, Psicoembriologia, Intervenções clínicas no cuidado à criança e gestante. Escreve também o Maternagem
Fonte: Pediatria Brasil - http://www.pediatriabrasil.com.br/

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