2.3.10

Sexualidade na Gravidez

Quando a mulher começa a carregar dentro de si um novo ser e se imagina na possibilidade de se tornar mãe é comum ela deixar a sexualidade de lado, principalmente por ter medo de prejudicar a saúde do feto.

Andreia Berté, 37, consultora e palestrante de artes sensuais do espaço Joanah Pink Centro Integrado da Mulher, está na segunda gravidez e acredita que as mulheres podem sim ser sensuais nessa fase. Em sua primeira gestação, isso em 2007, ela chegou a fazer um book sensual com o marido, no oitavo mês de gestação.

"Na época nem se falava em sessão de fotos sensuais, ainda mais para grávidas, lembro que minha família até achou estranho. Mas fiz para mostrar justamente que nessa fase a mulher deve curtir o seu corpo, se achar bonita, atraente e ter desejos", ressalta.

Andreia conta logo no início da gestação, sem saber que estava grávida, ela chegou a desconfiar que havia algo diferente porque sua libido estava em alta. Logo nos primeiros meses, ela sentia muita sonolência, mas tinha vontade de transar "por isso, eu e meu marido buscávamos ter relações quando eu estava bem, era o que mais influenciava no nosso relacionamento sexual", conta.

Segundo a ginecologista Rosa Maria Neme, no primeiro trimestre é comum as mulheres sentirem menos desejo por conta de sintomas desagradáveis, entre eles o medo de abortamento. Entretanto no segundo trimestre há um aumento da libido. "Às vezes sendo até maior que a vida sexual anterior à gravidez", acrescenta. Andreia conta que a gestação não muda a intensidade do orgasmo, mas o desejo é maior e a lubrificação também, assim fica mais fácil de chegar lá. "A textura vaginal fica mais macia e confortável, o que torna o sexo ainda mais prazeroso", diz.

Logo nos primeiros meses, a consultora sugere posições como a ‘papai e mamãe’ só que adaptada, quando o parceiro não se deita totalmente em cima da mulher para não pressionar o útero. Quando a mulher estiver deitada, ela também pode tentar usar um travesseiro por baixo da coluna, pois a pelve fica levantada. Ele fica de joelhos e controla a penetração.

Outra posição é a "cachorrinho". Nela, a mulher fica de quatro e de costas para que o homem ajoelhado controle a penetração. Esta postura não é confortável nos últimos meses, pois a barriga está mais pesada.

"Para dar conforto e mais movimento à mulher é legal usar uma posição do Kama Sutra, quando ele fica deitado, e ela de cócoras, de frente - o que é bom porque ela mostra os seus seios e mantém o olhar. Ela também pode ficar de costas, esta os homens gostam muito porque tem uma boa visão", explica. No último trimestre, uma das posturas mais confortáveis é quando ela fica deitada de costas para ele e o casal se encaixa de lado. Nessa hora, o travesseiro ajuda a manter a barriga apoiada.

Conforme a ginecologista, nos últimos meses o organismo da mulher está se preparando para o parto, por isso o desejo diminui devido ao mal-estar físico, cansaço, estresse, ansiedade ou mesmo devido às mudanças corporais. "Sem saber ao certo o que acontece em cada fase, muitos homens ficam pisando em ovos e tem medo de machucar as mulheres, realmente não sabem o que fazer. Muitos acreditam que a penetração pode prejudicar o feto, mais ainda, que o orgasmo pode estimular as contrações da mãe", conta Andreia.

Muitos casais ficam com receio na hora do orgasmo porque o bebê chega a se mexer no mesmo momento, mas nessa hora ele recebe uma ótima sensação de carinho, segundo a consultora. "A mulher deve assumir o controle e deixar claro o que sente, assim, juntos, eles se tornam ainda mais cúmplices e conseguem passar por essa fase sem grandes transtornos", diz

Neme explica que, após a gravidez, geralmente as mulheres permanecem por 40 dias sem atividades sexuais, um período necessário para que o útero volte ao seu tamanho normal e o tecido interno dele volte a cicatrizar. "É a hora dela explorar outras regiões do corpo para manter a intimidade do casal, buscar toques com a mão e a boca, afinal, sexo não é só penetração", indica a consultora.
 
 
Andreia lembra a recuperação é mais fácil depois de um parto normal, assim como aconteceu com ela, enquanto que na cesariana a mulher tem mais dificuldade de lidar com o corpo por conta dos pontos feitos na cirurgia. "Após o parto normal, muitas ficam se imaginando: o meu bebê saiu pelo mesmo espaço onde há a penetração sexual! A falta de lubrificação é bastante comum e a queda hormonal também, em qualquer tipo de parto", acrescenta.

Com a nova função de mãe, mulheres deixam de lado o marido, principalmente por conta da amamentação. "O hormônio que estimula a formação e ejeção do leite da mama diminui a produção de testosterona no corpo da mulher, diminuindo, consequentemente, a libido. Além disso, a mulher após o nascimento do bebê tende a ficar mais cansada pelo ritmo de vida diferente nesta fase", explica a ginecologista.

Há muitas noites em claro e várias preocupações com o bem estar do bebê. "Mas não significa que a mamãe deva deletar o seu espaço de mulher e esposa. Com o tempo, o desejo sexual volta e seu organismo já está pronto para voltar a atividade sexual, isso depois da quarentena. "Ela deve novamente se olhar como mulher, que tem o poder de sedução e lembrar que o carinho e o sexo também são sinônimos de amor e família", finaliza.

Fonte: http://vilamulher.terra.com.br/sexualidade-em-toda-gestacao-3-1-30-500.html?origem=twitter
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