O apetite muda, pode estar aumentado ou drasticamente reduzido. Seu filho apresenta episódios constantes de insônia e os professores comentam que ele está com falta de concentração nas aulas. Os colegas reparam que ele chora muitas vezes. As atividades que antes eram prazerosas deixam de ser interessantes, e, a criança torna-se apática em relação a elas.
Não é raro, as crianças expandirem os sintomas emocionais para o físico, apresentando dores de cabeça constantes, dores abdominais, sensação de aperto no peito e respiração curta, roer unhas, cutucar a pele (entre outras).
Para além desses sintomas, a criança está hiperativa, muito pessimista e acorda, na maior parte das vezes, cansado – Estes podem ser os primeiros sintomas, embora não únicos, de uma depressão infantil. Há cada vez mais crianças até os 12 anos de idade, clinicamente depressivas, segundo a OMS. O pior de tudo, é que muitos pais não percebem os sintomas e acabam sendo influenciados com a idéia de que é normal e que toda criança tem oscilação de humor. É uma fase e vai passar.
Todavia, nem todos os pais ignoram a sintomatologia, como é o caso de Liliam mãe de Pedrinho, com oito anos de idade. Ela começou a desconfiar de que algo não ia bem com ele – seu comportamento estava alterado. Ele não parava quieto e ao mesmo tempo começou a ser mal educado e irritadiço. Liliam insistiu com Pedrinho e ele acabou assumindo que estava sendo “perseguido”na escola por colegas mais velhos e que viviam ameaçando-o, caso ele não cumprisse as tarefas determinadas pelo grupo opressor. Pedro tinha muito medo de ser submetido a violência física e de ser chamado, pelos, amigos de covarde. Sua angústia e ansiedade estavam a flor da pele.
Para que o desenvolvimento da criança não seja comprometido, os pais têm que estar atentos a linguagem própria de cada idade. E, acima de tudo dar crédito as mensagens verbais e não verbais de seu filho.
No caso de Pedrinho, sua mãe estava “antenada” e logo procurou ajuda terapêutica. O pior de tudo é o preconceito ou negar que a criança está com algum problema emocional. Essa atitude só piora o quadro e reduz a autoestima da criança, deixando-a mais fragilizada e amedrontada.
Eu tive a oportunidade de atender uma mãe com a queixa de que sua filha tinha sintomas semelhantes ao que eu descrevi acima. Entretanto, ela negou que isso pudesse estar acontecendo com sua filha, que ela era uma criança para ter depressão e que meu diagnóstico emocional era um disparate, tendo em vista que sua filha não apresentava motivos concretos para deprimir – ela tinha tudo que queria e não lhe faltava nada.
Existem motivos para uma criança deprimir?
As razões para uma criança chegar a esse ponto, em sua maioria, está relacionada com a desestruturação nas relações familiares, aumento de divórcio e o fato dos progenitores passarem tempo reduzido com seus filhos. A criança começa a criar um sentimento de solidão e sente que a casa (lar) deixa de ser um ambiente seguro, acolhedor e protetor para elas.
Como abordar o problema?
Eu, em particular, procuro ter alguns encontros com a criança e depois faço uma abordagem familiar. Tenho tido boas experiências. Contudo, nesse assunto, não existe certo ou errado. O importante é que os pais estejam atentos aos filhos e caso percebam que algo está diferente no comportamento deles, a ajuda deve ser procurada. Lembrar também que os pais são os verdadeiros terapeutas de seus filhos e a proximidade afetiva é que garantirá o sucesso do prognóstico.
Fonte: www.terapeutadebebes.com.br
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