16.4.14

O perigo de terceirizar a criação dos nossos filhos

POR GIOVANNA BALOGH

Babá leva crianças para um clube na zona oeste de SP (Foto: Carlos Cecconello - 24.fev.2011/Folhapress)

A mãe desce do carro mexe no celular enquanto o pai pega algo no porta-malas. O bebê, chorando no carrinho na calçada, é balançado insistentemente pela moça toda vestida de branco. Em nenhum momento os pais pegam o filho no colo ou chegam mais perto dele para ver o que ocorre. Por incrível que pareça, a mãe não estava ocupada naquele momento, nem ele. Era um fim de semana e todos estavam a caminho de um restaurante.
A cena descrita acima mostra uma clara terceirização da criação de uma criança. Mãe e pai não se preocuparam em nenhum momento em acalentar o filho. E a terceirização seguiu durante o almoço…a babá deu comida, distraiu a criança e saiu para trocá-la enquanto o casal almoçou e conversou sem interrupções apesar de haver um bebê na mesa.
Todo mundo sabe que a mulher moderna ao trabalhar fora e cuidar da casa e dos filhos muitas vezes precisa de ajuda, seja de uma empregada doméstica ou de uma babá ou ainda da avó da criança. Cada um estrutura sua vida de acordo com a sua rotina e com as suas necessidades, ou seja, tem gente que opta em cuidar de tudo sozinho e outros que preferem um ‘help’. Mas, até que ponto essa mãozinha extra pode ou não ser saudável?
O que vemos com muita frequência é mãe com os filhos e a babá até em momentos de lazer, como no parque ou no shopping, quando os cuidados daquela criança ficam apenas no entorno da mulher de branco. A mãe mesmo estando ‘presente’ naquele espaço físico dá mais atenção às compras, por exemplo, do que saciar o interesse ou necessidade do filho. “Fulana, a escova de dentes dele está boa?”, disse uma mãe a uma babá outro dia em uma perfumaria. Ou seja, essa mãe não escova os dentes do filho? Nem uma vez por dia para saber se a escova está ou não mastigada?
O psicólogo e terapeuta familiar, Alexandre Coimbra Amaral, diz que o objetivo não é condenar quem contrata uma babá, que cuida com carinho e afeto dos nossos filhos. Ele alerta, no entanto, que precisamos de cautela para não entregar a elas o cuidado e o lugar de referência. “É uma perda considerável para a criança e para os pais, porque eles deixam de viver a beleza que poderiam viver com o filho e às vezes nem tinham conhecimento. Os filhos deixam de tê-los como esteio, e isso constrói socialmente uma lacuna que é importante, embora eles não estejam descuidados necessariamente. Eles vão olhar para os lados, ver outros pais que sim, cuidam, e pensarão: “os meus não estão tão do meu lado assim”. Isto é uma fonte de sofrimento, quando chega à consciência”.

MOMENTOS DE LAZER

O psicólogo diz que as horas de lazer são momentos de construir “pequenos e sucessivos rituais de conexão com nossos filhos”, ou seja, é nesse momento que eles conhecerão melhor quem somos (seus pais) e nós teremos acesso às suas crenças e como estão construindo a sua visão de mundo. “Isto é de uma riqueza insubstituível”.
Amaral diz que se a babá fizer apenas os cuidados básicos não há problema algum. O que deve ser evitado é a babá funcionar como figura central de apego, ou seja, o adulto de referência emocional que dá sustentação psíquica para a criança construir sua exploração do mundo. “O problema é que queremos tudo: queremos ter filhos, continuar com nossas vidas cheias de compromissos, mas não temos a capacidade de suportar que nossos filhos se estruturem mais na confiança de outro adulto do que de nós. Sofremos quando não somos estas figuras de referência”.
O problema, portanto, é a transformação do cuidador terceirizado em figura de referência, figura central de apego. “A intimidade com a criança constrói naturalmente esta conexão, a criança passa a confiar e precisar da presença daquele adulto que, em frequência e excelência de cuidado, está do lado dela. Se os pais estão mais fora do que dentro do seu cotidiano, a criança vai construir esta ligação com um terceiro, necessariamente”.

MOMENTOS DE INTIMIDADE

Uma mãe pode trabalhar fora e ainda sim cuidar/criar muito bem de seu filho desde que compartilhe com ele momentos de intimidade e entrega, ou seja, chega do trabalho e brinca com ele, dá banho, jantar e o coloca para dormir. “A mãe que contrata babá de fim de semana, babá noturna, enfim, não está na linha de frente do cuidado do filho que fica desnutrido afetivamente, ou seja, há a terceirização da criação”, comenta o psicólogo.
Amaral diz que é preciso achar uma forma de equilibrar a soma entre trabalho, lazer, vida privada dos pais e não obstruir a disponibilidade mínima de tempo e energia que um bebê precisa, principalmente, nos dois primeiros anos de vida (fase de simbiose),  quando a formação do vínculo com ele é crucial para o bom desenvolvimento. Ou seja, cada pai, cada mãe vai encontrar – mesmo aos trancos e barrancos – o seu ponto de equilíbrio. “Ser mãe e pai dá trabalho, exige tempo, esforço, mudanças internas, reorganização da vida, das metas, da rotina, das prioridades. Exige muitas metamorfoses, que são inclusive o que a gente trabalha com as mulheres puérperas, que começam a sacar isso logo que estão naqueles duríssimos primeiros meses, pós-nascimento do filho, acostumando-se às novas rotinas e sobretudo à nova identidade”.
O psicólogo conta que a mãe que trabalha fora não precisa terceirizar, mas compartilhar o cuidado por algumas horas seja com a babá, com as professoras da escola ou com a avó da criança. “Se tomamos o provérbio africano “it takes a village to raise a child” [é preciso uma vila para criar uma criança], na formação da ‘vila’ os pais se responsabilizam qualitativa e quantitativamente pelo cuidado dos filhos, ou seja, não delegam para terceiros, mas contam com a ajuda de outros adultos”, afirma Amaral. “Terceirizar é repassar a responsabilidade, é alienar-se da função em sua grande parte. Compartilhar é outra coisa. Compartilhar o cuidado é reconhecer que se necessita de uma vila para se criar uma criança”.
O terapeuta diz que muitas vezes quando coloca em uma sala de terapia os pais e os “cuidadores terceirizados” para conversar sobre a criança. “O resultado em muitos momentos é constrangedor para os pais, porque a babá, por exemplo, é quem dá as respostas mais precisas sobre quem é a criança que ela cuida”.Segundo Amaral, isso acontece porque são elas quem convivem mais com a intimidade daquela criança e, portanto, tem acesso às minúcias do que ocorre em suas vidas. “Os pais podem se transformar em figuras distantes, ainda que com um papel marcado como, por exemplo, de mero provedor financeiro”.

DEDICAÇÃO SUFICIENTE?

Amaral diz que quem vai dar sinas de que o tempo dado pelos pais não é suficiente é a própria criança. Ele conta que uma vez presenciou uma garota dizer: “eu tenho tudo o que quero, quando eu quero, menos o que eu quero, que é você, pai”.
Muitas vezes as crianças não vão falar tão diretamente, principalmente as menores, mas vão dar sinais que podem ser desde birras, problemas de convivência com colegas, irmãos, rejeição ou extremo apego à outra figura de cuidado, como a babá. “É o filho quem vai dizer se está bem para ele a quantidade e a qualidade da presença materna ou paterna. Quando ele sente falta, dá algum sinal. Na verdade estão apresentando sintomas para trazerem seus pais de volta”. E seu filho, já deu algum sinal de que algo não vai bem?

Fonte: http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/04/15/o-perigo-de-terceirizar-a-criacao-dos-nossos-filhos/

11.4.14

Seu bebê entende tudo!

Pesquisas indicam que, desde muito novas, as crianças têm uma compreensão da realidade mais apurada do que imaginamos. Descubra do que são capazes, em cada fase.
Quantas vezes você já se pegou perguntando o que passa pela cabecinha do seu filho? Bem-vinda a um clube que não é exclusivo de mães. Também cientistas, pedagogos e outros especialistas em desenvolvimento infantil se colocam essa questão e, a cada ano, somam descobertas surpreendentes para quem tende a achar que o bebê vive em um mundo próprio, alheio ao que se passa ao redor. Essas pesquisas desvendam a mente maravilhosa das crianças e dão pistas valiosas para você entender e estimular seu pequeno.

Até 3 meses
Desde os primeiros dias, o bebê presta atenção em palavras e padrões de frases. Mesmo sem compreender o que é dito, em pouco tempo consegue captar o sentido de uma mensagem pelas entonações e expressões faciais que a acompanham. “E logo estará respondendo a elas com uma comunicação não-verbal, que se estabelece por sorrisos e olhares quando os pais se aproximam, ou diante de um estímulo, como uma música”, explica o neuropediatra Mauro Muszkat, da Universidade Federal de São Paulo.

No primeiro mês, seu filho já reconhece as pessoas da família e reage às gracinhas. Entre o segundo e o terceiro, desenvolve um tipo de choro para cada situação e está bem consciente da importância da mãe para seu bem-estar – por isso, põe a boca no mundo quando fica só. A linguagem se desenvolve com rapidez e, no final desse trimestre, ele começa a emitir os primeiros sons, dando início a uma forma rudimentar de diálogo.O fato de não falar não significa que a criança não entenda boa parte do que dizemos. “E está mais do que provado que conversar com o bebê favorece o desenvolvimento intelectual e emocional”, diz Célia Terra, professora de psicoterapia infantil da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

O primeiro benefício é a estimulação da própria fala e, intuitivamente, as mães são boas nisso, como mostra um estudo da Universidadede Carnegie Mellon, nos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, nossa mania de exagerar na entonação e esticar as vogais ao falar com o pequeno ajuda-o a perceber as variações de sons e a separação entre as palavras. “Além de investir na clareza da pronúncia, outro bom estímulo é nomear ações, partes do corpo e objetos, apresentando-os de forma simples à criança desde os primeiros meses de vida”, ensina a pedagoga Gabriela Felício, professora de educação infantildo Colégio Visconde de Porto Seguro, em SãoPaulo. Vamos lá, mãe: “Bo-la...”

De 3 a 6 meses
Seu pequeno está muito mais observador no início desse trimestre e ensaia as primeiras tentativas de imitar as pessoas ao redor. Ele também expressa melhor as emoções e dá um salto na capacidade de compreensão. “É hora de, suavemente, começar a impor alguns limites, dizendo ‘não’ sempre que necessário”, afirma Andrea Patapoff Dal Coleto, doutoranda de psicologia educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas. Diferenciar êxitos e fracassos é outro avanço importante no período. “A mãe deve ficar atenta e aproveitar todas as oportunidades de elogiar, quando o filho se supera”, aconselha Andrea.

Na linguagem, também há o que comemorar. Com 4 meses, seu filho identifica o próprio nome e entende quando é chamado. E, aos 5, reconhece as vozes das pessoas próximas. É o momento em que ele começa a notar a presença de estranhos e, dependendo do seu temperamento, pode até ficar com medo. Ligadíssimo no tom da voz dos adultos, muitas vezes chora se percebe que alguém fala com ele de maneira dura. É preciso cuidado para não magoar seus sentimentos.

Mas, não é só no campo da linguagem que a turminha surpreende. Também a matemática está no radar dos pequenos dessa idade. Um trabalho realizado no Departamento de Psicologia da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, revelou que, pelo quinto mês, os bebês têm noção de quantidade. Para chegar a essa conclusão,os pequisadores usaram um teatro de fantoches. E, de vez em quando, tiravam dois bonecos de cena. A cada mudança, a plateia mirim reagia como se houvesse algo errado e redobrava a atenção no espetáculo.

Outra investigação – feita por uma equipe da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos – comprovou que os bebês também conhecem algumas leis básicas da física. Prova disso é que demonstraram estranheza ao ver uma caixinha se deslocar no ar, sem apoio, em vez de cair, e ficaram intrigados com um objeto que desaparecia em um lugar e reaparecia em outro, sem movimentos de transição. Na interpretação dos cientistas, é essa noção que ajuda a criançada a calibrar os movimentos, evitando muitas quedas e colisões.

De 6 a 12 meses

É nessa fase que surge uma compreensão dos sentimentos alheios. Por pura empatia, seu filho pode derramar lágrimas ao ver outro bebê chorando ou tentar consolar, à sua maneira, alguém que esteja triste. Ao que tudo indica, ele possui, também, um senso de justiça. As evidências vêm de um estudo da Universidade de Yale. Nele, os pesquisadores colocaram crianças de 9 meses diante de uma série de desenhos animados, nos quais um personagem sempre passava a perna no outro. No final, elas deviam escolher o boneco de um dos dois para brincar. Resultado: nenhum dos bebês do grupo quis ficar com o malvado da história.

Entre 8 e 10 meses, seu filho pronuncia monossílabos,como “mã” e “pá”, reconhece a própria imagem no espelho e compreende o significado de alguns gestos, que tenta repetir, como bater palmas para sinalizar contentamento, balançar a cabeça quando não quer alguma coisa e dar tchau. Em outras palavras: ele está antenado em tudo que os pais fazem e tentará copiar as atitudes que presencia. Por isso, fique alerta aos exemplos que fornece e seja coerente ao impor limites. Apesar de tantos avanços, não pense que, de agora em diante, bastará explicar as coisas verbalmente. “Se a criança pega o controle remoto, a melhor medida é tirá-lo das mãos dela com gentileza e guardá-lo em um lugar mais alto, enquanto diz que aquilo não é brinquedo. E não vale voltar atrás dali a alguns dias, caso o incidente se repita”, ensina Andrea.

De 1 a 2 anos
Eles já têm senso de humor e se divertem com caretas e imitações. Por volta de 1 ano e meio, pronunciam algumas palavras completas, começam a criar frases curtas e referem-se a si mesmos na terceira pessoa – chamam-se de “o bebê” ou “o João”. Seu filho também já entende o significado de expressões relativas ao espaço físico – como “em cima” e“embaixo” –, além ter algumas noções de causa e efeito, como saber de antemão que, caso vire o copinho com o suco, o líquido irá se derramar e poderá molhá-lo.

Com uma capacidade de concentração mais apurada,consegue acompanhar histórias curtas. Então, se ainda não o fez, aproveite para apresentá-lo aos primeiros livros, cultivando desde já o prazer da leitura. Prepare-se, também, para lidar com algumas teimosias. Nessa idade, a criança tem bastante vontade própria e demonstra seus sentimentos com mais força. Mas, isso não precisa se transformar em sinônimo de confronto.O segredo é combinar a negativa com possibilidades de escolha. Então, se ele pegou um livro para brincar, negocie: “Este livro é da mamãe, mas você pode ficar com um desses dois, que são seus”.

Por em prática seus talentos diplomáticos vale a pena. “Oferecer as escolhas certas é uma forma de colocar limites e um incentivo à autonomia, à medida que estimula o bebê a tomar as primeiras decisões”, diz Andrea. O senso de justiça e a empatia, característicos de fases anteriores, continuam sendo aprimorados nessa etapa, garantem os cientistas. E uma pesquisa realizada na Universidade de Washington, nos Estados Unidos, com 50 bebês de 15 meses, não deixa dúvidas sobre isso: todos os pequenos se mostraram indignados com uma divisão desigual de guloseimas!

Outro experimento, levado a cabo pelo Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, por sua vez, constatou que crianças de 18 meses entendem quando alguém precisa de ajuda. A prova? Gentilmente, elas tentaram puxar a porta para um adulto que estava com as mãos ocupadas e não conseguia abri-la. E você ainda duvida que seu fofo sabe das coisas?

Ops! Cuidado com o que diz
Seu bebê é muito esperto, mas nem por isso entende figuras de linguagem e outras sutilezas. Portanto, ainda que esteja nervosa na hora de uma bronca, policie-se para não dizer coisas como: “Você só me dá dor de cabeça” ou “ Você só faz isso para me irritar”. “Esse tipo de acusação leva a criança a se sentir culpada e, com o tempo, pode abalar a autoestima dela”, alerta a psicoterapeuta infantil Célia Terra, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Outro cuidado importante é nunca negar os sentimentos e as percepções do filho. “Se ele cair e chorar, em vez de dizer que não foi nada, diga que sabe que doeu e que vai ajudá-lo a se sentir melhor, lavando o machucado ou fazendo uma massagem”, ensina Andrea Patapoff Dal Coleto,doutoranda de psicologia educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas.

Fonte: http://bebe.abril.com.br/materia/seu-bebe-entende-tudo

10.4.14

A importância de contar histórias para seu filho


A leitura  e o contato com os livros são defundamental importância para o desenvolvimento das crianças. E não é preciso começar apenas quando seu filho for alfabetizado.
Com a correria do dia a dia, a prática decontar histórias  está perdendo cada vez mais espaço. E isso é uma pena porque é ouvindo histórias que a criança adquire ogosto pela leitura, amplia o seu vocabulário e desenvolve a linguagem e o pensamento. Além disso, as histórias também estimulam a atenção e a memória, despertando a sensibilidade e o imaginário e contribuindo para a formação do caráter.
Por esse motivo, reserve um tempinho do seu dia e leia para o seu filho. Seguem algumas dicas de como tornar esse momento mais agradável e instrutivo para todos:
1º Escolha o momento certo 
É importante que nem você nem a criança estejam entretidos em outra atividade. Pergunte ao seu filho se ele quer ouvir uma história. Se ele disser que não, não insista. Esse tem de ser um momento prazeroso para ele.

2º Escolha o livro certo:

Deixe que a criança opine sobre a história que quer ouvir. Se achar que o livro escolhido é muito grande ou tem pouco interesse, proponha-lhe outros até sentir que a sua proposta agrada. Não imponha um livro. Isso pode desestimulá-lo.

3º Escolha o local certo:

Procure um local tranquilo para que a criança não tenha sua atenção desviada. Sente-se junto a ela para que ambos possam ver o livro e as ilustrações.

4º Leia e estimule:

Enquanto estiver lendo, acompanhe com o dedo as linhas do livro. Isso garantirá que a criança preste atenção às palavras, mesmo que não as entenda. Leia com expressão, pronunciando claramente e fazendo pausas. Se a criança já souber ler algumas palavras, incentive-a para que o faça. Enquanto estiver lendo, converse sobre a história e explique alguma situação ou palavra que ela não tenha entendido. Pergunte o que acha que vai acontecer a seguir, pois isso estimula a imaginação e o interesse pela leitura.

5º Identifique a duração certa:

Fique atento aos sinais de cansaço da criança. Interrompa a leitura se ela mostrar desinteresse. Não a force a ouvir a história por mais tempo do que deseja. Se o livro ainda não tiver acabado, interrompa-o e continue depois.

6º Converse depois da leitura:

Quando acabar a leitura, converse sobre a história, sobre as personagens que a criança mais gostou e sobre os pontos que ela achou mais interessante.
Fonte: http://canaldoensino.com.br/blog/importancia-de-contar-historias-para-seu-filho

7.4.14

Para a psicanálise, a inveja surge até nos bebês

A ideia da inveja primária e endógena é um dos pontos mais polêmicos da teoria kleiniana


Nem os recém-nascidos estão livres dela. Em certa ocasião, um homem extremamente invejoso de outro que morava na casa ao lado recebeu a visita de uma fada, que lhe ofereceu a chance de realizar um único desejo. “Você pode pedir o que quiser, desde que seu vizinho receba o mesmo e em dobro”, disse ela. O invejoso respondeu, então, que queria que ela lhe arrancasse um olho. Moral da história: o prazer de ver o outro se prejudicar prevaleceu sobre qualquer anseio de benefício pessoal. A fábula foi usada pela psicanalista Melanie Klein (1882-1960) em sua obra Inveja e gratidão (1947), um dos principais trabalhos sobre o tema, para ilustrar o funcionamento psíquico de quem vive intensamente esse sentimento. 

“Cheguei à conclusão de que a inveja é um fator muito poderoso no solapamento das raízes do sentimento de amor e gratidão, pois ela afeta a relação mais antiga de todas, a relação com a mãe”, escreveu. De acordo com esse olhar, a inveja é a mais radical das manifestações do impulso destrutivo, pois leva a atacar e destruir o objeto bom, aquele cuja introjeção é a base da saúde psíquica. Esse afeto, nem sempre consciente, dificulta a apropriação de experiências boas e, portanto, a integração psíquica. 

Segundo a autora, esse afeto não é fruto da decepção ou frustração, faz parte de nossa vida mental desde que somos bebês e independe das atitudes maternas e do ambiente. Pelo contrário, provém do próprio sujeito, é endógena. Propor que seja um aspecto constitucional significa salientar o fator interno. A proposta de uma inveja primária é uma das mais polêmicas da teoria kleiniana. De acordo com essa tese, ainda bem pequenos invejamos o seio materno, capaz de nos alimentar e confortar. A ideia de que o alimento bom e reconfortante não nos pertence aparece associado ao sentimento de impotência. Já os psicanalistas Donald Winnicott, William R. D. Fairbaim e Michael Ballint postulam que a inveja é sempre secundária, resultante de uma falha do ambiente. 

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/para_a_psicanalise_a_inveja_surge_ate_nos_bebes.html

Amamentar pode “alinhar” cérebro da mãe com o do bebê

Pesquisa destaca que oferecer o peito à criança pode influenciar na criação de laços afetivos


A maioria das pesquisas sobre amamentação é focada nas vantagens que o leite traz para a saúde do bebê e, mais recentemente, nos benefícios fisiológicos e psicológicos para a mãe. Uma pesquisa recente destaca o mecanismo pelo qual oferecer o peito à criança pode influenciar na criação de laços afetivos: há indícios de que o cérebro da mãe que amamenta é especialmente receptivo aos sinais da criança. A pesquisadora Pilyoung Kim e seus colegas no Centro de Estudos da Criança, da Universidade Yale, usaram ressonância magnética funcional para escanear os cérebros de 20 mulheres expostas à imagem de seus bebês ou ao choro deles. Resultados do estudo feito três semanas depois do parto sugerem que mulheres que amamentam mostram maior excitação das áreas límbicas, do hipotálamo e do mesencéfalo – envolvidas com emoção e motivação – em comparação com mães que ofereciam mamadeira a seus filhos. 

Os cientistas acreditam que essa diferença seja marcada pela oxitocina, um hormônio que vem recebendo muita atenção por seu papel nos elos sociais. Amamentar estimula a produção da substância, o que pode aumentar a atenção da mãe para seu bebê. Porém, três ou quatro meses depois do nascimento, a diferença no valor global de atividade cerebral entre voluntárias que amamentaram no peito e as que recorreram à mamadeira era menor. Isso indica que com o tempo a reação da mãe a seu bebê pode depender mais da personalidade, experiência de vida e intensidade emocional da mulher que dos níveis de hormônio. 

As áreas mais sensibilizadas do cérebro das “mães de mamadeira” foram outras: a atividade do córtex pré-frontal e outras regiões ligadas a comportamentos sociais e cognitivos aumentaram. Pelo fato de todas as participantes do estudo serem saudáveis e com histórias semelhantes, Kim adverte que padrões específicos de ativação cerebral encontrados neste estudo podem não se generalizar para uma população mais diversa. Os resultados são valiosos, porém, para mães que têm depressão ou problemas causados por fatores ambientais, como a pobreza. A amamentação pode ser um modo de estimular a produção de oxitocina nessas mulheres, favorecendo a relação inicial com seus bebês e, em consequentemente, o desenvolvimento dessas crianças.

Fonte:http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/amamentar_pode_-alinhar-_cerebro_da_mae_com_o_do_bebe.html