3.10.09

Doação de leite materno humano praticamente dobra no Brasil


Alimento primordial para o desenvolvimento e prevenção de doenças entre os recém-nascidos, o leite materno humano vem ganhando, enfim, a simpatia das mães brasileiras. Além da crescente adesão, o Brasil registrou aumento de 83% das mães doadoras em cinco anos.

O número passou de 60.441 mulheres, em 2004, para 110.648 no ano passado. O gesto beneficiou exatos 157.282 meninos e meninas em 2008, contra 107 mil em 2003. As informações foram divulgadas ontem pelo Ministério da Saúde, quando foi comemorado o Dia Nacional de Doação de Leite Humano.

Os atuais 196 bancos de leite materno e 73 postos, presentes em todos os estados e no Distrito Federal, foram responsáveis pela coleta de 148.052 litros do alimento no ano passado, enquanto foram arrecadados 99 mil litros em 2003. "Já é muito positivo alcançarmos esses números.

Mas nossa expectativa para 2009 é de um aumento de 10% do volume de leite coletado", destaca João Aprígio Almeida, coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano. Balanço parcial do ministério revela que 48.444 mulheres já fizeram doação até junho deste ano.

Em agosto, o Ministério da Saúde divulgou que o tempo médio de aleitamento materno exclusivo saltou de 23,4 dias para 54,1 dias em nove anos. Já o aleitamento não exclusivo também está em curva crescente: passou de 296 dias para 342 dias entre 1999 e 2008.

Mesmo com a evolução, o Brasil não cumpre a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo a qual a alimentação exclusiva pelo leite materno deve prosseguir até os seis meses de vida, enquanto o parcial vai até os dois anos.

Pioneiro na coleta de leite materno, o DF é a única unidade da Federação com legislação que obriga os hospitais, públicos e particulares, com unidades de terapia intensiva (UTI) neonatal, a oferecerem o alimento em caso de necessidade - Brasília tem 14 bancos, sendo 10 públicos e quatro privados, além de quatro postos.

Em 2009, 2,8 mil mulheres doaram 9,8 mil litros até julho. Incluída na estatística da Secretaria de Saúde como doadora, Claudiana da Silva, 25 anos, se orgulha do gesto que mantém desde janeiro.

"Antes de doar, precisei do leite de outra mãe nos três primeiros dias de vida da minha filha Emanuelle, porque ela precisava de uma alimentação reforçada e tinha dificuldade de pegar o bico. Decidi compartilhar meu leite porque minha filha não dava conta de sugar tudo", lembra a moradora do Areal. "No começo dava para guardar de 3 a 4 vidros por semana. Hoje, consigo coletar um vidro a cada 15 dias", compara.


Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/10/02/brasil,i=145853/DOACAO+DE+LEITE+MATERNO+HUMANO+PRATICAMENTE+DOBRA+NO+BRASIL.shtml
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