Você já ouviu falar em depressão pós-parto? Possivelmente sim e, eventualmente, conhece alguém, parente ou amiga, que já viveu o problema. Mas e depressão pós-adoção, ou seja, em mulheres que não pariram, mas sim adotaram o bebê?
Provavelmente não e deve estar pensando”como assim”?. Pois bem, um estudo piloto realizado nos Estados Unidos, com 86 mulheres que adotaram uma criança e que foram seguidas por até 1 ano, mostra que o problema é comum.
Uma em cada 4 mulheres apresentaram sintomas de depressão, nos primeiros 3 meses da adoção. Após este período, os números melhoraram, mas 12% delas ainda estavam sofrendo. Os autores procuram explicar esses resultados com outros dados da pesquisa.
Um deles é que os sintomas de depressão após adoção não eram mais comuns em mulheres com história prévia, pessoal ou familiar, de problemas psiquiátricos, sugerindo que a questão genética não está envolvida no problema. Diferente, por exemplo, do que hoje se admite para a depressão pós-parto, onde o antecedente de depressão é muito importante.
Por outro lado, os autores observaram uma forte associação entre depressão pós-adoção e percepção do estresse e dificuldades no manejo do bebê e da nova situação. E de fato, neste grupo de mães, uma em cada cinco crianças foi considerada como portadora de necessidades especiais, o que convenhamos aumenta bastante o estresse.
E quem já teve filhos sabe que os cuidados do primeiro ano de vida do bebê, natural ou adotivo, são intensos e constantes. Em alguns casos, por conta da inexperiência dos pais; em outros porque os pais se afligem, além da conta, e são muito, muito preocupados.
E é claro que isso também pode acontecer com os pais adotivos. Nesse caso, o que era para ser uma solução acaba se tornando um problema, para não dizer um problemão.
Fonte: http://dralexandrefaisal.blog.uol.com.br/arch2010-06-20_2010-06-26.html
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