22.6.13

"...O abandono emocional é violência: é a violência do desamparo. A incapacidade de reconhecer as necessidades básicas emocionais das crianças é violência. Recusar abraço e proteção é violência. Não entrar em conexão emocional com as crianças é violência. Não olhá-las é violência. Exigir que se adaptem desmedidamente ao mundo dos adultos é violência."

-- Laura Gutman --

21.6.13

Brincar é coisa séria!


Para aprender, a criança precisa focalizar sua atenção, sentir satisfação e ter motivação. Uma forma simples e prática de aprender é através do brincar. Atividades lúdicas foram sempre utilizadas para estimular a criança pequena na assimilação de conhecimentos básicos do cotidiano. Por que este movimento vai perdendo força conforme crescemos? Estudar é coisa séria, com certeza, mas e o brincar?

Renomados teóricos como Piaget, Vygotsky, Wallon e Winnicott nos convidam a focar o olhar através das ações que surgem nas brincadeiras infantis, onde é possível perceber a riqueza de estímulos presentes que podem favorecer a aquisição do conhecimento, permitindo à criança um entendimento melhor do mundo através deste impulso do brincar que lhe é natural.

Atividades lúdicas possuem grande valor educacional e são importantes recursos pedagógicos, além de ter forte teor emocional, proporcionando satisfação e clima de entusiasmo. Favorecem a canalização de energias, o impulso à ação, estimulando as relações sociais.

Funcionam como instrumento formativo, exercitando o corpo, os sentidos e as aptidões, ativando funções psiconeurológicas e operações mentais. Desenvolvem a criatividade e a capacidade simbólica, pois através do brincar e jogar a criança é capaz de reproduzir suas vivências, apropriando-se do conhecimento que irá auxiliá-la no desenvolvimento de suas habilidades e competências.

Ponto em comum entre os pesquisadores, o brincar é fundamental no desenvolvimento da criança. São ações que interagem, mesclando espontaneidade e criatividade na reprodução de movimentos, onde a participação envolve escolhas, cooperação, criação e a externalização de sentimentos e pensamentos.

Assim, educação não se dá apenas na escola, sendo parte também da família e da sociedade. É a partir da ajuda que os adultos oferecem que a criança pode se desenvolver, sendo a família um mediador importante antes e depois do processo de escolarização, onde as ações da vida cotidiana ficam mais fáceis de serem assimiladas através de atividades lúdicas.

A criança passa por um desenvolvimento biológico, mas há também o desenvolvimento histórico, social e psicológico a serem considerados. A família se apresenta como referência à realidade da criança, a partir dos significados que são transmitidos através de padrões de comportamentos, valores e crenças.

Compreender o desenvolvimento infantil, assumir papel ativo, interagir com aqueles que fazem parte do processo educativo da criança, acreditar e buscar possibilidades para o fortalecimento da aprendizagem são veículos com os quais a família pode contar para auxiliar a criança a ter um desenvolvimento ativo, permitindo sempre novas descobertas e um contato maior consigo mesma e com o mundo.

Interagindo com a criança nas várias formas que o brincar oferece é possível participar da estimulação de sua curiosidade, da construção de sua autoconfiança, do desenvolvimento de sua linguagem e da organização de seu pensamento.

Uma atividade que envolve ação e pode ser muito importante no processo de aprendizagem é o jogo, que pressupõe intenções lúdicas, ações educativas e a interação dentro de regras, favorecendo os desafios da experiência da criança, tão importantes para o desenvolvimento de suas capacidades.

Mas é importante ter à vista a questão cooperação versus competição, pois ao mesmo tempo em que o jogo se apresenta como um facilitador de possibilidades pode também se voltar apenas ao movimento da conquista do poder. O papel do mediador, neste momento, se torna fator essencial para a utilização positiva deste instrumento na construção do eu, trazendo a valorização do grupo como força integradora e incentivando a colaboração espontânea e consciente.

Autora: Maristela H. B. Forli Catanoso
Psicóloga com Formação Analítica Junguiana, Especialização em Psicopedagogia, Pesquisadora em Memória Autobiográfica junto ao GEM - Grupo de Estudos da Memória e Membro da ABRAPE.

18.6.13

A Criança


“Uma das características fundamentais que diferencia o homem dos animais, até mesmo daqueles que se encontram mais próximos do homem na escala evolutiva, é o fato de o filhote humano, para empregar a terminologia de Portmann, precisa passar por uma fase embrionária intra-uterina, e também por uma outra, extra-uterina. Os filhotes dos mamíferos superiores nascem num estado de relatividade maturidade; ou imediatamente, ou logo um pouco após o nascimento, já são pequenos adultos, que têm não apenas toda a aparência dos animais adultos, que têm não apenas toda a aparência dos animais adultos, como também já se encontram aptos a levar a vida sem precisarem de qualquer ajuda. O embrião humano, para nascer num estado de amadurecimento equivalente, precisaria passar por um período de gestação de cerca de vinte e dois meses. Em outras palavras, o filhote humano, após os nove meses que passa no útero, requer ainda mais um ano para atingir o grau de maturidade que caracteriza a maioria dos demais mamíferos ao nascer. Deste modo, todo o primeiro ano da infância precisa ser considerado como fazendo parte da fase embrionária. Soma-se à fase embrionária, em que a criança se encontra psíquica e fisicamente integrada no corpo da mãe, uma segunda fase, pós-uterina, pós-natal, durante a qual a criança já fez sua entrada na sociedade humana e, como seu ego e sua consciência começam a desenvolver-se, vai incorporando a linguagem e os costumes de seu grupo. Esta fase, que Portmann denominou de período uterino social, caracteriza-se pelo domínio da relação primal com a mãe, que, de início, representa para a criança todo o mundo apreensível, todo o ambiente circundante, mas que pouco a pouco vai propiciando à criança experimentar aspectos novos do mundo.”
(Neumann – A Criança).
João Januário - psicólogo clínico

13.6.13

"MAMA"

Hoje 13.06.13 Enzo completou 10 meses 
(e com 10kg!!!)
E hoje pela primeira vez ele pronunciou "MAMA" 
Estou toda boba né? 
Super orgulhosa!!! 
Ele já falava "Papa" e já chamou "vovó" algumas vezes, mas foi a primeira vez que chamou a mamãe huhuhu

:)

7.6.13



"Dentre os mais significativos avanços da psiquiatria, neste último quarto de século, acha-se a crescente comprovação de que a qualidade dos cuidados parentais que uma criança recebe em seus primeiros anos de vida é de importância vital para a sua saúde mental futura". 

-- BOWLBY --

6.6.13

O que é o vínculo?


O que é o vínculo? (fonte: Blog da Biossíntese)

"O bebé recém-nascido chegou à terra e é segurado pelos seus pais. As complexas relações sociais de seu mundo particular estão por toda a parte, mas ele ainda não tem consciência delas. Despido de cultura, ele aguarda o processo de condicionamento que levará à formação de carácter." (Boadella, 1992)
Não podemos iniciar a temática da vinculação sem falar do relacionamento primordial do homem: o vínculo entre a mãe e o seu bebé. De acordo com J. Bowlby, a vinculação seria a “forma primária do laço social, exprimindo-se como uma necessidade inata de manter a proximidade com o parceiro materno, e relativamente independente da procura de satisfação alimentar.” (in Dicionário de Psicologia).
A qualidade do vínculo que é estabelecido entre a mãe e o bebé irá influenciar directamente o ajustamento da pessoa na idade adulta (Gleitman, 2011).
Refira-se que na biossíntese o vínculo é estudado no Bonding. O símbolo central deste tema é o coração, aquele que está no meio do corpo e que é visto como um sistema energético que nos permite o contacto com o parceiro, que nos serve de guia para que possamos gerir a nossa maior abertura ou fechamento e também como ponte para o relacionamento que tenho comigo.
Se pegarmos num dicionário, a palavra que mais define vínculo é laço. E é a partir da capacidade de criar laços com os outros que vamos explorar o vínculo ou a capacidade que cada carácter tem de se vincular.

Referências
• AA (2001); “Dicionário de Psicologia”; Climepsi Editores; 1ª Edição; Lisboa.
• BOADELLA, David; (1992); “Correntes da Vida”; Summus Editorial; 3ª Edição; São Paulo.
• GLEITMAN, H.; FRIDLUND, A. J.; REISBERG, D. (2011) “Psicologia”; Edição Fundação Calouste Gulbenkian; 9ª Edição; Lisboa.