26.1.11

Cabelo de bebê

As diferenças a gente nota já na maternidade. Tem recém-nascido com a cabeça lisinha, que quase reflete a luz e tem outros com cabeleira de dar inveja até nos topetes de Elvis Presley. Mas você, como qualquer mãe que se preze, deve já ter se perguntado: será que é normal mesmo ele nascer tão peludo? Ou, então, quando ele vai deixar de ser careca?

Alguns pediatras contam que tem muitas mães que chegam no consultório ansiosas para saber se irão poder enfeitar a cabeça de seus filhos e, principalmente, de sua filha, no primeiro aniversário. 

Conversamos com a pediatra Sandra Oliveira de Campos, da Universidade Federal de São Paulo, e pedimos para ela falar tudo sobre cabelos de bebê. O resultado, você confere abaixo:

Uns bebês nascem com bastante cabelo, outros não. Por quê? 

São constituições das pessoas, não se sabe ao certo como elas nascerão, é a mesma coisa que um bebê nasce alto, outro baixo. O importante é que não tem relação com nenhum motivo de saúde da mãe. Também não influi se a gestação é de menino ou menina. Tem a ver com genética, é preciso lembrar que são dois pais e quatro avós para influenciar. Orientais, em geral, têm mais cabelos, os loiros nascem com um pouquinho menos. Existe bastante variação entre irmãos. Altera até o tom do cabelo, o tipo de cabelo: puxou mais a mãe, a família do pai. As fotografias de família podem dar uma boa dica.

O cabelo tem alguma função para o bebê dentro do útero? 

Cabelo, serve de proteção, sim, mas não dentro do útero - porque lá o bebê não precisa dele. Não sente frio, a temperatura é constante. Também não tem nada a ver com a azia da mãe ou exposição aos hormônios da gestação. Dentro do útero ele está formando estruturas que vai precisar depois, como o cabelo, as unhas e a própria pele. Quanto mais jovem – prematuro - é o recém nascido, mais penugem ele tem. Com 40 semanas, geralmente a pele já nasce mais descamada porque o tempo de vida dela já terminou. Isso também acontece no couro cabeludo.

Esses primeiros cabelos ou penugem já são definitivos? Se não, quando ocorre a troca? 

Não são ainda os definitivos. Dentro dos primeiros seis meses, mais especificamente entre 2 e 6 meses de idade, acontece a queda do cabelo antigo. Muitas pessoas pensam que é porque o bebê fica deitado demais, mas não há relação. A queda ocorre especialmente nas entradas, nas laterais e atrás, os que sobram dão aquele visual supermoderno, estilo moicano que muitos bebês têm nessa fase.

Se o bebê nasce carequinha de tudo, quando o cabelo começa a nascer? 

Tem criança que fica sem cabelo o primeiro ano todo. O prazo máximo para os cabelos nascerem é até o final do segundo ano. É muito raro não nascer os cabelos dos bebês, mas isso pode ocorrer por conta da falta do bulbo capilar e se chama alopecia.

Em geral o primeiro cabelo do bebê, dos que nascem carecas ou não, muda. Quando a gente pode saber a cor real dos cabelos dos filhos? 

A partir do primeiro ano começa a crescer o cabelo definitivo, só que mais fino e mais claro porque tem menos produção de pigmentação do que quando adulto. Tudo nessa fase é mais fino: o cabelo, a pele, a unha. Por volta dos dois ou três anos, dá para se ter uma ideia se o seu filho terá uma cabeleira cacheada, finos cabelos lisos e a intensidade real da cor dos fios.

Quais os cuidados com essa parte do corpo do bebê? 


Nos três primeiros meses recomenda-se lavar com o sabonete próprio, o mesmo usado para o banho. Depois disso, já dá para usar xampu neutro.

Algumas mães ficam chateadas quando têm uma filha menina e ela é carequinha e todo mundo pergunta se é menino. O que fazer? 

Pode-se usar faixinhas de elástico – bem larguinhas para não machucar - ou mesmo aquelas fivelinhas, se tiver um pouquinho de penugem para prender. Senão, grudar um pouco de sabonete ajuda a segurar um laço. Só é preciso observar as reações da pele: se não ficar marcado, se não ficar vermelho, se não estiver muito calor, se estiver no tamanho adequado, tudo bem.
Outra saída é furar as orelhas e usar brincos desde cedo. Pode-se furar desde o nascimento, se não houver nenhuma irritação ou impedimento nessa região ou, caso o bebê seja muito pequeno, convém esperar um pouquinho até o lóbulo crescer. 


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Depressão pós-férias

Pesquisa revela que 23% dos brasileiros sofrem com o problema. No caso das mães, ficar longe dos filhos e retomar os afazeres domésticos são fatores que contribuem para o sentimento

Cerca de 23% dos brasileiros sofrem com a depressão pós-férias. Isso é o que aponta pesquisa realizada pela Isma-BR (Associação de Controle do Estresse no Brasil) realizada neste mês. Fazem parte do grupo mulheres que têm filhos e trabalham dentro e fora de casa.

No caso específico das mães que dispõe de um tempo limitado com os filhos em função do trabalho, a volta à rotina traz uma sensação de culpa. “O término das férias pode gerar um entristecimento grande devido à ausência ou pouco contato familiar, além da culpa que muitas mães apresentam por se sentirem pouco presentes”, explica a psicóloga Andreia Calçada. “Também pesa a retomada dos horários e obrigações e a volta aos afazeres domésticos, mas tudo dependerá da forma como a pessoa interpreta e encara estas questões”.

No entanto, existem exceções: algumas mães se sentem aliviadas com o início do ano letivo das crianças. “Algumas mulheres gostam do retorno às aulas já que manter as crianças em casa por muito tempo – como o período de férias -- também é muito desgastante”, analisa a especialista.

De qualquer forma, existem algumas atividades que podem ser feitas para aliviar essa tristeza e tornar a transição de volta para a rotina mais leve e divertida. Reservar um tempo para brincar com as crianças é uma atitude importante, já que os pequenos passam muito tempo com os pais nas férias e podem sentir falta desse contato. “Nesses momentos é necessário que a mãe esteja inteiramente presente, para desfrutar com qualidade a companhia dos filhos”, afirma a psicóloga. “Manter esse espaço lúdico de brincadeiras ajuda o filho a entender o desejo da mãe de estar com ele, mas também o faz compreender que a mãe precisa trabalhar. Ao explicar isso ao pequeno, ele entenderá --e os sentimentos de culpa da mãe diminuirão, assim como acontecerá com a depressão”, completa. 
Por Raquel Beer, filha de Marcia e André
Consultoria: Andreia Calçada, psicóloga e autora do livro Falsas Acusações de Abuso Sexual – O Outro Lado da História (21) 2569-8552.

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24.1.11

Banco de Leite

Aleitamento materno ajuda na redução da mortalidade infantil

O aleitamento materno exclusivo pode reduzir em até 13% o número de mortes de crianças com menos de 1 ano de vida. A amamentação na primeira hora após o parto pode também evitar cerca de sete mil mortes de recém-nascidos.

As afirmações são da coordenadora da área de Saúde da Criança da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Maria do Socorro Marques Luz. Ela afirma que Estado e municípios já desenvolvem ações conjuntas, principalmente na Atenção Básica, como a implantação da Rede Amamenta, que trabalha para conscientizar as mães sobre a importância da amamentação.
"A Rede Amamenta reúne vários municípios. É um trabalho que envolve Ministério, Sesau e gestores para conscientizar sobre a importância do leite materno para a criança", ressaltou Maria do Socorro.
 "O leite materno é um alimento completo e ideal para saciar a fome e a sede do bebê. Durante os seis primeiros meses de vida, o bebê não necessita de nenhum outro alimento além do leite materno para suprir suas necessidades nutricionais", completou, ressaltando que a chegada do verão não deve modificar em nada os hábitos em torno do aleitamento materno.
 A técnica faz um alerta em relação à amamentação e à estação mais quente do ano. Segundo Socorro Marques, é importante que o processo de amamentação não sofra interrupções durante o verão. A amamentação tem que ter continuidade. "Mesmo as mães que estão em férias ou viajando devem prosseguir com o aleitamento".

A coordenadora da área de Saúde da Criança afirmou ainda que o leite materno é rico em gordura, proteína, carboidratos, minerais, vitaminas, enzimas e imunoglobulinas que protegem a crianças contra várias doenças. "O leite materno é um alimento especialmente produzido pela natureza para atender todas as necessidades da criança. Desde o nascimento ao crescimento e desenvolvimento global", ressaltou.

Instituições como a Organização Mundial de Saúde, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida. "Somente a partir do sexto mês é que deverá ser iniciada a introdução de outros alimentos. O ideal é que a amamentação fosse prolongada até os dois anos de idade. O leite materno é um alimento tão perfeito que suas características ajustam-se ao longo do tempo para corresponder às necessidades da criança", orientou Socorro Marques.

Pesquisas mostram que o leite materno durante o segundo ano de vida é muito similar ao leite do primeiro ano. No segundo ano de vida, 500 mililitros de leite materno proporcionam à criança 95% do total de vitamina C necessária; 45% do total de vitamina A necessária; 38% do total de proteínas necessárias e 31% do total de calorias necessárias.
De acordo com Maria do Socorro Marques, o processo de amamentação não é um ato isolado da mãe e do bebê. Para que a amamentação ocorra de forma satisfatória para mãe e filho, é necessário que a mãe receba apoio do companheiro, dos seus pais e dos demais familiares. "Estudos apontam que boa parte das mulheres abandona o aleitamento materno exclusivo por falta de apoio do companheiro e pela pressão exercida pelos avós do bebê quanto à introdução de água, chás e outras fórmulas ou mitos que ainda persistem culturalmente".
O ato de amamentar, conforme Socorro Marques, garante benefícios físicos e psicológicos à mãe e ao bebê. A mãe que amamenta consegue diminuir sua própria ansiedade em relação aos cuidados com o bebê; reduz o peso adquirido na gravidez com mais facilidade; o útero volta ao tamanho normal mais rapidamente; a perda de sangue causada pelo parto cessa mais facilmente e ainda se protege contra os cânceres de mama e de colo uterino. Em relação à criança, o bebê amamentado por seis meses ou mais tem menos risco de desenvolver doenças alérgicas.

A coordenadora lembrou ainda que a amamentação é um processo higiênico com baixo risco de contaminação. "Os bebês nunca são alérgicos ao leite da sua própria mãe", salientou, acrescentando que a amamentação é o primeiro passo importante, depois do nascimento, rumo ao desenvolvimento da criança. Por isso, o gesto de amamentar merece toda atenção da mãe.

Fonte: Agência Alagoas http://www.alemtemporeal.com.br/?pag=saude&cod=6194
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23.1.11

Voz da mãe ativa áreas específicas do cérebro de recém-nascidos

A voz das mamães pode ajudar a ativar certas partes do cérebro dos bebês relacionadas com o aprendizado da linguagem, de acordo com um estudo feito pela Universidade de Montreal no Canadá e que acompanhou recém-nascidos durante as primeiras 24 horas de vida fora do útero.
O monitoramento dos sinais cerebrais feito pelos pesquisadores mostrou que os bebês reagiam à voz de outras mulheres, mas esses sons ativavam apenas a parte do cérebro responsável pelo reconhecimento de voz.
“Nossa pesquisa mostrou, entretanto, que a voz da mãe é algo especial para o desenvolvimento dos bebês”, diz Maryse Lassonde, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, que foi o primeiro a monitorar padrões cerebrais em crianças tão jovens. “Nós colocamos os eletrodos na cabeça desses bebês ao mesmo tempo em que pedíamos para que as mães verbalizassem um fonema”, explica. Esses exercícios foram então repetidos com as enfermeiras.

No caso das mães, as áreas do cérebro ativadas foram aquelas localizadas no hemisfério esquerdo, incluindo processamento da linguagem e o circuito responsável pelas habilidades motoras. Quando estranhos falavam com os bebês, o hemisfério direito era o mais ativado (reconhecimento de voz, mais especificamente). A fala da mãe – muitas vezes de forma suave e em tons mais agudos – é naturalmente reconhecida, dizem os pesquisadores, mas eles também reconhecem a voz de pessoas próximas (mesmo as enfermeiras que atenderam a mãe).

Pesquisas anteriores já haviam indicado que os bebês têm algumas capacidades de linguagem inerentes, mas apenas uma parte é conhecida. A imitação das expressões faciais, por exemplo, quando alguém fala diretamente com eles, é exemplo disso.

“Nossa pesquisa confirma que a mãe é quem introduz os filhos à linguagem e nossa hipótese é que também exista uma ligação neurobiológica entre a aquisição da linguagem no estado pré-natal e mesmo que isso possa ajudar a desenvolver as habilidades motoras ligadas à fala”, diz Lassonde, cujo estudo foi publicado no periódico Cerebral Cortex.
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com informações da University of Montreal

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21.1.11

Bebês são capazes de entender o significado das palavras

Um banco de dados começa a se formar na infância e passa a ser constantemente atualizado até a fase adulta.

Sabe aquele bate-papo que você tem com seu filho a partir do momento que descobre que está grávida? Eles ajudam seu bebê a desenvolver a linguagem ainda no seu útero. E agora, os cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que a partir de 1 ano, as crianças são capazes de entender o significado de muitas palavras.

”Isso acontece porque os bebês usam os mesmos mecanismos do cérebro que os adultos, ou seja, usam as mesmas áreas cerebrais para encontrar o sentido das palavras e começam a formar um ‘banco de dados de sentidos’, que é constantemente atualizado até a idade adulta”, explica Katherine Travis, uma das autoras do estudo.

“Antes dessa pesquisa, os especialistas acreditavam que as crianças usavam uma área do cérebro responsável pelo processamento apenas do som. Agora, foi possível perceber que os bebês utilizam a área responsável pela interpretação, que envolve som e sentido”, afirma o neurologista infantil Antônio Carlos de Farias, do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores usaram um processo que mede minúsculos campos magnéticos emitidos pelos neurônios no cérebro para estimar a atividade cerebral em crianças entre 12 e 18 meses.

No primeiro experimento, as crianças ouviram uma palavra e depois um som para determinar se eles eram capazes de distinguir entre os dois. Eles conseguiram. Na fase seguinte, os investigadores testaram se os bebês entendiam o significado dessas palavras. Os bebês viam fotos de objetos familiares e ouviam palavras em seguida, relacionadas ou não. 

Por exemplo: mostrava-se a imagem de um cão e o som da palavra bola. A atividade cerebral indicou que as crianças foram capazes de detectar a incompatibilidade entre a palavra e a imagem.

Os testes foram repetidos em adultos para confirmar se a área utilizada do cérebro e o mecanismo de processamento eram os mesmos.

Os cientistas afirmam ainda que esses resultados podem facilitar o diagnóstico precoce de deficiência de linguagem ou autismo.

Dicas para estimular o diálogo com o bebê

- Aproveite situações do cotidiano para ouvir o que seu filho está falando e conversar com ele apresentando o nome das coisas. Assim, as palavras ganham significado e são gravadas com mais facilidade;

- Pronuncie as palavras sempre de maneira correta. Se preciso, faça variações de voz, aumentando-a ou suavizando. Não tente dizer o nome das coisas pelo som, é melhor usar sempre as palavras reais;

- Aproveite o banho para nomear as partes do corpo e narrar as ações que a criança estiver fazendo: pegar o sabonete, a esponja, jogar água, esfregar a perna;

- Faça comentários sobre a forma e a textura dos brinquedos;

- Conte algo do dia com detalhes interessantes para a criança: o momento em que a vovó telefonou, uma coisa que você viu na rua;

- Leia e conte histórias. Ao ler livros para o bebê, seja mais expressivo, um verdadeiro narrador. Isso desperta a atenção dele;

- Nos passeios, aproveite para ensinar novas palavras a ele. Aponte os pássaros e as árvores, por exemplo;

- Ouçam e cantem juntos músicas e histórias.


Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI203368-15162,00-PESQUISA+MOSTRA+QUE+BEBES+SAO+CAPAZES+DE+ENTENDER+O+SIGNIFICADO+DAS+PALAVRA.html
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18.1.11

O feto aprende

Não é só o corpo que se forma durante a gravidez. A personalidade, a inteligência e os traumas também estão em gestação.


Imagine como seria passar nove meses trancado em uma sala escura e morna, dormindo 16 horas por dia. O lugar, apertadinho, sem ser desconfortável, é envolvido por uma marcação de tambor constante, que não pára nem durante a noite, e por um barulho esquisito de líquidos borbulhando. Você ouve, sem poder entender, conversas abafadas do lado de fora, nas quais predomina sempre uma voz feminina clara, que parece vir de todos os lados ao mesmo tempo. Não há muito o que fazer lá dentro além de brincar com o saco transparente que te embrulha e beber o líquido quase sempre doce à sua volta.

Você já passou por isso, é óbvio – durante a sua gestação. E hoje se sabe que esse período marcou você para sempre, moldando o seu jeito de ser, os seus medos e o seu humor. A velocidade daquela batida de tambor, o carinho ou o desprezo expressos nas vozes difusas, o gosto do líquido e outros estímulos mais sutis são tudo o que um feto conhece até o parto. Se essa experiência for agradável, tudo vai evoluir para uma criança tranqüila e sensível. Se não, a gravidez pode provocar distúrbios psicológicos graves, até mesmo esquizofrenia e autismo.

O filho entende a mãe


Desde o começo da gestação, os sentimentos e os humores maternos afetam o filho, que está exposto aos mesmos hormônios que ela. Fetos rejeitados são candidatos sérios a distúrbios de comportamento.

A sala escura onde você ficou trancado é o útero de sua mãe e a batida de tambor é o coração dela. Os borbulhos que você ouviu vêm do intestino materno. As vozes abafadas são as conversas lá fora, que chegaram até você a partir do quarto mês da gravidez, quando seus ouvidos começaram a funcionar. A voz que predomina é a da sua mãe, porque alcança seus ouvidos por dois caminhos diferentes: vinda de fora, propagada pelo ar, e transmitida pelo corpo, direto das cordas vocais dela até você.

“Para a criança, essas coisas não são simples estímulos”, diz a psicóloga Vera Iaconeli, professora da Universidade Paulista (Unip) e especializada em psiquismo fetal. “Aquilo é a vida, é tudo.” Por isso, se a gestação for desagradável, a criança já vai sair do quarto escuro com uma impressão ruim da própria existência. Segundo estudos recentes, filhos indesejados pela mãe têm maior chance de nascer esquizofrênicos ou autistas. As duas doenças têm em comum o fato de se caracterizarem pela fuga do mundo real. São uma forma de se proteger da hostilidade dos outros.


Percepção sensorial

Mas como é que os filhotes percebem que são indesejados? Telepatia? Não. É que eles estão ligados à mãe pelo cordão umbilical. Se ela fica assustada, libera substâncias que também vão agir neles. Ansiedade, nervosismo e depressão também são transmitidos quimicamente por hormônios. “Toda situação de estresse atinge o feto”, resume a neuropsiquiatra infantil Theodolinda Mestriner Stocche, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto (SP).

Um experimento do obstetra austríaco Gerhardt Reinold na década de 80 comprova o efeito da química materna sobre o filho. Reinold pediu a mulheres grávidas que se deitassem, enquanto examinava o interior de seus úteros pelas imagens de ultra-som. Ele sabia que aquela posição acalmaria os fetos, mas não contou às mães. Daí fez a maldade de dizer a elas que seus filhos, segundo o ultra-som, tinham parado de se mexer. Elas ficavam apavoradas, achando que havia algo errado, e, quase imediatamente, os fetos também se inquietavam no útero, afetados pela adrenalina liberada pela mãe. É claro que nenhum deles saberia identificar o que sentiam como medo, mas não há dúvida de que eles passaram por um susto.


Emoções transmitidas

Desconfortos passageiros, como o criado por Reinold, não provocam danos irremediáveis, é claro. Mas quando a gestante passa o tempo todo deprimida por não querer a criança, culpando-a pela guinada do destino que uma gravidez pode representar, aí o feto sentirá o golpe, como se soubesse de tudo. “Ele certamente vai perceber que algo não anda bem e sofrerá”, afirma a neurologista Maria Valeriana Moura Ribeiro, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo.

Até a década passada, achava-se que só depois dos seis meses de gestação os futuros rebentos seriam sensíveis a esse tipo de estímulo. Afinal, é só no término da gravidez que as áreas do cérebro responsáveis pela memória começam a funcionar. Mas, com a sofisticação da aparelhagem de ultra-som, ocorrida nos últimos cinco anos, foi possível observar com precisão as reações intra-uterinas. Hoje, o obstetra consegue enxergar, com cores e imagens tridimensionais, até o movimento ocular do futuro bebê. Com tantas informações novas, descobriu-se que ele reage aos estímulos hormonais a partir do segundo mês de gestação.

Há quem vá ainda mais longe. O médico Eliezer Berenstein, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, acha que existe memória desde a concepção. “Mesmo antes que haja neurônios, as células devem ter alguma maneira de registrar quimicamente o que lhes aconteceu”, acredita ele. “Assim, ajudariam o embrião a não repetir experiências ruins.”

Ele está escutando tudo

Depois do quarto mês, o feto já reage a sons e ao toque e começa a criar o vínculo afetivo profundo com a mãe.

Não são só químicos os estímulos intra-uterinos que podem influir na personalidade de quem vai nascer. A partir do quarto mês, já há vários sentidos desenvolvidos, inclusive a audição. No século passado, os médicos achavam que o útero era uma cápsula acusticamente isolada do mundo. A criança ficaria então protegida de qualquer barulho que prejudicasse o seu desenvolvimento.

Nos anos 70, obstetras colocaram microfones no interior do corpo de gestantes e concluíram que os sons chegavam, sim, até lá dentro, mas que os barulhos internos da mulher eram tão fortes que pareciam abafar qualquer ruído externo, a não ser que o volume fosse muito alto. Hoje se sabe que o inquilino do útero fica bem mais protegido dos ruídos internos do que se imaginava (na verdade, os resultados anteriores tinham sido obtidos com microfones de má qualidade) e se encontra mais exposto aos sons que vêm de fora.


Conversas de carinho

Nos últimos anos, surgiram experiências com hidrofones (microfones que funcionam em meios líquidos). A conclusão foi de que as conversas de fora podem, sim, ser ouvidas, mas atenuadas pela gordura e pelos tecidos da mãe – um grito lá fora soa como um lamento em voz baixa. Os resultados apontaram outra novidade: vozes graves, como a masculina, chegam mais fortes que sons agudos, como a voz feminina.

“Quem sabe, não é um recurso da natureza para habituar a criança também à voz do pai?”, se pergunta Berenstein. “A maioria dos homens não sabe o que fazer durante a gravidez e, com medo de parecerem desajeitados ou ridículos, evitam conversar com o filho em gestação”, constata o obstetra. Ele costuma aconselhar seus pacientes a falar constantemente com o futuro filho, demonstrando carinho. É claro que ele não vai entender o sentido das palavras, mas, assim como um pequerrucho qualquer, percebe e se incomoda quando os pais estão bravos ou tristes e gosta de ser tratado com afeto.

A voz da mãe chega com relativa clareza até os ouvidos do filho. “Ele se habitua a ela”, diz a psicóloga Iaconeli. “Por isso, mesmo um recém-nascido reconhece a fala materna e se acalma com ela, o que prova que a relação foi construída durante a gestação.”


Massagem precoce

Outro sentido bem desenvolvido aos quatro meses é o tato. “É importante massagear a barriga, tocá-la sempre, fazer o feto sentir que recebe atenção”, explica Berenstein. “Na década passada, achava-se que os bebês de proveta eram mais inteligentes”, conta. “Depois descobrimos o que causava essa impressão: como a gestação deles é assistida mais de perto por motivos médicos, recebem mais estímulos e se desenvolvem melhor.”

O ideal é que toda gestação mereça o mesmo cuidado. O psicólogo francês Jean-Pierre Lecanuet, um dos maiores especialistas mundiais nos sentidos do feto, admitiu à SUPER que “muitas das coisas que estamos descobrindo agora são uma simples confirmação daquilo que alguns pais sempre souberam”. Ou seja, que seus filhos precisam de carinho antes mesmo de vir à luz.

 

Pré-escola dentro do útero

Nos últimos três meses de gravidez, o bebê já percebe muito do que acontece ao seu redor. Alguns pesquisadores acham que ele até começa a apreciar música e a se acostumar com a linguagem.

Quando o bebê chega aos seis meses de gestação, tem boa parte dos sentidos de um adulto. O sistema auditivo está completo, ele já percebe diferenças de claridade, tem tato no corpo inteiro, além de paladar e olfato. Por isso, alguns acontecimentos traumáticos nessa fase podem ficar em sua memória inconsciente. “No final da gestação, o feto é mais esperto do que o recém-nascido”, diz Vera Iaconeli.

É que, boiando no líquido amniótico, ele consegue se mover com mais facilidade do que depois de nascer, quando seus membros lhe parecem pesados demais.


Prazer e aversão

“Nessa fase, o bebê suga, chupa o dedo, mexe as pálpebras, soluça, brinca com o cordão umbilical”, enumera Maria Valeriana, da Unicamp. “Às vezes, ele também chora.” Os modernos aparelhos de ultra-som descobriram que, além de tudo isso, ele começa a sorrir quando algo o agrada e demonstra claramente quando sente aversão. Se a mãe come um quitute diferente, com um toque muito amargo, o líquido amniótico fica amargo também e a fisionomia do feto deixa claro que ele não gostou nada da receita exótica.

O ultra-som também revelou, pelo movimento ocular, que o feto sonha. “Ele passa 16 horas por dia dormindo e sonha durante 65% desse tempo”, diz o neurologista Rubens Reimão, especialista em distúrbios do sono. Não se sabe bem com o que ele sonha. Provavelmente, repassa o que passou durante as breves vigílias. “O final da gestação é a época em que se estabelece a maior quantidade de sinapses, as transmissões entre um neurônio e outro”, prossegue Reimão. “E, para que elas se formem, é preciso estímulo. O sonho é um momento de atividade intensa do cérebro, que favorece a criação das sinapses.” É uma etapa fundamental para a inteligência – quanto mais estímulos, melhor.


Ensino acelerado

Quer dizer então que o feto cursa uma espécie de pré-escola na barriga da mãe? Em termos, sim. “Já foi mostrado que o recém-nascido prefere e se acalma com músicas que ouviu durante a gestação”, diz Berenstein. “Acredito que a sensibilidade musical possa começar a se formar dentro do útero.”

Há histórias impressionantes, como a do maestro canadense Boris Brott, que, quando criança, estranhava a facilidade com que aprendia trechos de algumas obras. Comentou isso com a mãe, que era violoncelista, e ela lhe disse que esses trechos eram exatamente aqueles que ela tocava enquanto estava grávida e não voltou a executar depois. Também é possível que a habilidade lingüística comece a ser adquirida na fase final da gestação. As mães que conversam com o feto estariam habituando-o ao ritmo e à musicalidade da língua. “Há relatos de crianças que passaram a gravidez em um país estrangeiro, onde a mãe falava outro idioma, e depois tinham dificuldade em aprender a língua pátria”, conta Maria Valeriana.

Ainda não se sabe o quanto se pode aprender no útero. Mas não há dúvida de que, ao sair da sua salinha escura depois de nove meses, você já nasceu sabendo ser o que é. Ao menos um pouco.

Aos dois meses

O feto percebe o mundo fora do útero.

Os nervos começam a chegar aos pés, mãos e genitais. O bebê vai ter as primeiras sensações táteis e começa a sentir o contato com a mãe.

neurônios, mas muitos estão isolados uns dos outros. O bebê não ouve nem vê, mas já sofre com a ansiedade materna.

Aos quatro meses

O cérebro começa a decifrar os sentidos.
Boa parte das células nervosas já está formada e transmite impulsos nervosos, como os produzidos pelo tato e pela audição.

Já há nervos em quase toda a pele. O feto já sente prazer com a massagem de carinho que a mãe faz na própria barriga.

Aos seis meses

Quase todos os sentidos funcionam.

O bebê tem receptores táteis em toda a pele e em grande quantidade. Já chora e quase sorri.

O cérebro recebe impulsos nervosos vindos de todas as partes do corpo, transmitindo todos os tipos de sensações.

Os primeiros estímulos visuais permitem que o feto distinga claro e escuro.

O bebê já sente o gosto e o cheiro do líquido amniótico que o envolve.

A audição está totalmente pronta e as vozes lá fora vão habituá-lo à língua.


por Denis Russo Burgierman

 
Fonte: http://super.abril.com.br/ciencia/feto-aprende-437572.shtml
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16.1.11

Amamentação x Volta ao trabalho: Conflitos maternos


Esta dinâmica cada vez mais presente no cotidiano das mulheres brasileiras significa tensão e insegurança sobre o fato do distanciamento do seu bebê e da adaptação a quem irá cuidar dele e como será amamentado. É um momento delicado que merece um olhar muito compreensivo e paciente de todos. Muitos fatores, principalmente afetivos, estão em jogo neste momento.

Dúvidas, arrependimentos e frustações estão intimamente ligados a esta dinâmica, bem como o desespero e a pressa em pensar em soluções e alternativas prontas, como a introdução de mamadeiras e fórmulas. Para a mãe, a urgência e a garantia de que seu bebê irá se adaptar à nova forma de oferecimento do seu leite, seja por meio de copinhos ou colheres ou, em último caso, mamadeiras.

O bebê pode rejeitar tudo, mas também pode se adaptar prontamente. Muitas dúvidas permeiam esta relação sobre a continuidade e importância do aleitamento exclusivo, a possibilidade de abandono da mama em função do bico da mamadeira, e a introdução da fórmula ou do leite animal.

Desejamos que o aleitamento materno perdure, por sua série de benefícios comprovados, mas este desejo esbarra-se em muitos entraves, dentre eles, a garantia de oferecimento e tempo disponível para o mesmo. Soluções como copinhos e colheres requerem muito esforço, paciência e força de vontade.

Adequar-se a outros métodos que não seja o macio, quente e maternal peito é algo duro para o bebê. Brutal, poderia se dizer. A relação com o peito e o colo da mãe é extremamente prazerosa e de importância ímpar ao seu desenvolvimento emocional e afetivo. É também vital para o seu desenvolvimento sadio. Instintivamente, ele luta bravamente pelo seu direito e a sua sobrevivência, e o choro, a rejeição e a negação são as suas ferramentas.

A mãe está entre a responsabilidade/necessidade da volta ao trabalho contra a separação do seu bebê e a angústia de vê-lo em sofrimento. Às vezes a emoção domina, e ela repensa a sua função como mãe trabalhadora. Por outras vezes, a razão domina, abrindo espaço para a impaciência e a resolução imediata do conflito.

O que se esquece é a necessidade do diálogo com o bebê e a sua capacidade de compreender o entorno. Esta capacidade a cada dia impressiona mais pesquisadores e especialistas e é também amplamente comprovada.

Dialogue com o seu bebê. Permita que ele compreenda o que está acontecendo. Dê tempo para que ele assimile toda esta nova dinâmica: de dia sem a mamãe, à noite com a mamãe.

Por Simone de Carvalho,
pedagoga, pesquisadora e mãe ainda em tempo integral


Fonte: http://www.pediatriabrasil.com.br/2011/01/amamentacao-x-volta-ao-trabalho.html
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11.1.11

Paracetamol x Vacinas



 Paracetamol deve ser dado antes de vacinar a criança?

Como a vacinação pode cursar com febre, muitos pais e pediatras dão rotineiramente paracetamol para as crianças antes de elas serem vacinadas. No entanto, sabemos que a febre é um sinal de que nosso corpo está gerando uma resposta imune.

Um estudo recente mostrou que o paracetamol administrado antes de a criança receber as vacinas poderia reduzir a resposta imune e, portanto, diminuir e eficácia das mesmas. Isto significa que ter febre pode fazer a vacina funcionar melhor! Lembre-se de que é apenas um estudo, e que não foram avaliados outros antitérmicos, como o ibuprofeno.

Provavelmente, o melhor é esperar e ver como a criança reage às imunizações. Muitas crianças passam muito bem depois de receber a sua vacina, mesmo que tenham febre. Se for esse o caso, a febre é possivelmente uma coisa boa e paracetamol não é necessário.

Se, no entanto, seu filho está se sentindo mal após receber as vacinas, então vale a pena conversar com seu pediatra para ver se o paracetamol ou ibuprofeno podem ser úteis.
Healthy Children / American Academy of Pediatrics
Fonte: http://www.pediatriabrasil.com.br/2010/09/paracetamol-e-vacinas.html
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Amamentar fazem os seios "caírem"?

 
Longe de danificar a forma dos seios, a lactação poderá na realidade aperfeiçoá-la.

Se a lactação for abruptamente interrompida, os seios ficarão murchos e vazios durante algumas semanas, à medida que os alvéolos se degeneram. Cerca de seis meses após o desmame, os seios já terão recuperado, normalmente, sua forma antiga, qualquer que esta tenha sido, mas tenderão a tornar-se levemente menores, talvez devido à redução na quantidade de tecido adiposo.

Na moça normalmente de seios não-volumosos, este fato não deverá fazer diferença. A que tem seios excessivamente grandes achará que a lactação beneficiasua silhueta. O tecido do seio que funcionou, sabe-se, conserva sua forma durante um tempo maior do que o tecido de seio que não funcionou.

Alguns médicos são de opinião que os seios que jamais aleitaram podem estar sujeitos a atrofias e tendem a tornar-se mais cedo seios pendurados ou disformes.
 
 


Fonte: http://amamentartudodebom.blogspot.com/2011/01/amamentar-fazem-os-seios-cairem.html
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10.1.11

Alimentos que não devem ser consumidos antes de 1 ano de vida do bebê

  • Mel.
  • Clara de ovo.
  • Espinafre, rabanete, beterraba, tomate e morango. (agrotóxicos)
  • Carne de porco, peixe e mariscos (somente no 2º ano de vida).
  • Alimentos industrializados (causam efeitos nocivo por alergias e reações tóxicas).
  • Chocolates e bebidas achocolatadas (riscos de alergia e interferem na absorção de minerais e proteínas devido presença de tanino e teobromina).


    Fonte: http://enfermeiramariana.blogspot.com/

Bebês são capazes de entender o ponto de vista de outra pessoa...

Bebês de até sete meses conseguem perceber e compreender o ponto de vista de outra pessoa, segundo um novo estudo na revista "Science". Antigamente considerava-se que essa habilidade, conhecida como "teoria da mente", só se desenvolvia a partir dos 3 ou 4 anos de idade.

"Crianças mais novas têm dificuldade em acompanhar cenários complicados", afirmou Ansgar Endress, psicólogo cognitivo do MIT e um dos autores do estudo. Assim, em vez disso, Endress e seus colegas usaram um cenário simples para testar as habilidades perceptivas de bebês e adultos.

Eles exibiram vídeos animados onde uma bola rolava por trás de uma parede e, a cada vez, ou ficava ali, ou rolava para fora do campo de visão, ou rolava para fora do campo de visão e retornava. Na animação também havia um personagem de cartum, mas nem sempre ele testemunhava o destino final da bola.

Os adultos foram capazes de determinar mais rapidamente onde estava a bola quando a opinião do personagem correspondia à verdadeira localização - indicando que os adultos levavam em consideração a perspectiva do personagem.

Embora esse monitoramento tenha sido mais difícil nas crianças, os pesquisadores descobriram que os bebês fitavam a tela por mais tempo quando a expectativa do personagem sobre o local da bola não correspondia à realidade.

A partir disso, eles deduziram que os bebês compreenderam o ponto de vista do personagem do vídeo. Segundo ele, a pesquisa pode ajudar os psicólogos a entender melhor o funcionamento de uma sociedade. "Se a pessoa quer trabalhar em conjunto, se quer cooperar, se quer se comunicar - isso só é possível quando se considera a perspectiva do outro", concluiu ele.


Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2011/01/10/bebes-sao-capazes-de-entender-o-ponto-de-vista-de-outra-pessoa.jhtm
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